M.L.K. - Manifesto Liberdade e Kultura [Parte III]
Centremo-nos, agora, nisto: as fogueiras provocam as sombras - os intermediários provocam os fenómenos. Estabeleço pois: é necessário queimar as fogueiras! Chegou o tempo em que o escritor fala ao leitor, o realizador vê o espectador, o músico ouve o fã. E o instrumento da libertação tem o nome de: internet. E a libertação chama-se: gratuidade. Do céu caiu uma estrela: ela é o sinal! Na literatura, os blogues permitiram uma inédita proximidade entre os dois lados da barricada, construindo-se tantas vezes como complemento ao próprio livro; a possibilidade da criação simples de e-zines favoreceu a divulgação de grupos menores antes sem meio de expressão. Em cinema, tivémos já este ano o vanguardista exemplo de Soderbergh com Bubbles, lançado simultaneamente nas salas, na televisão e em DVD; bem como o case study do recentíssimo Snakes On A Plane em que a produtora, sob pressão dos fãs na net, se viu obrigada a filmar novas cenas. Musicalmente, os selos, apocalipticamente, abertos abriram abertamente o futuro: a Universal passará a distribuir as suas músicas gratuitamente já pelo final do ano; as netlabels são uma realidade emergente; os Artic Monkeys são a prova de que a Rede funciona como plataforma de lançamento de novos artistas; na Suécia, domingo saberemos os resultados eleitorais do Piratpartiet. No Canadá, no ano passado, um projecto de lei que visava criminalizar os downloads foi reprovado (de resto, mesmo em Portugal só o upload é estritamente punível) - em contrapartida, parte do preço dos CD-Rs reverte a favor dos artistas e editoras discográficas. Pedro Leitão, responsável pela TestTube, profeta khalil gibran, anunciou:
Estes, irmãos, são os sinais dos tempos.
Mas até que ponto estamos nós, artistas, prontos a acompanhar esta mudança? O mercado musical é aquele que, a uma primeira análise, mais facilmente - também porque nele mais rapidamente a viragem para o futuro se processa, por ser a arte maior - se adaptará e salvaguardará os interesses dos seus artistas. Afamados cantores já foram prontos, há muito, a esclarecer que não se opõem ao download. Vimos já anteriormente que, verdadeiramente, quem beneficia do sistema actual de venda de CDs são as editoras, pois nem mesmo na rica América a margem de lucro para os compositores chega a atingir os 10% sobre o preço de capa. Estabelecemos já que o sustento dos músicos são as suas tours e um sistema como o proposto por Pedro Leitão ou a forma como, pela publicidade, a Universal vai continuar a lucrar, asseguram a permanência de outros rendimentos menores extras. Com o tempo, sonho!, nesse tempo de fraternidade que virá, emergirão mesmo estúdios gratuitos, construídos pelo dinheiro de várias bandas reunidas que abrirão as portas destes aos novos, dispensando-lhes material, como quem convida para ser o supporting act de uma tournée - e a música florescerá, como uma magnólia - porque branca de pureza.
No cinema, como pode um realizador actuar neste novo espaço e novo tempo (a quarta dimensão) sem intermediários? O filme é, indubitavelmente, das três artes que vimos falando, a que mais meios envolve, mesmo quando o seu orçamento é nitidamente baixo, também porque, evidentemente, é a que emprega mais pessoas. No dia em que o dinheiro se extinguir, há uma aurora boreal que anunciará a dissolução dos problemas que falamos - e Tyler Durden sorrirá. Hoje, permanece, estátua, a necessidade de alimento. Aos cineastas, como músicos em tournées, resta receber dividendos da exibição pública das metragens antecipadamente. Duas perguntas: 1) como, se os cinemas não são controlados pelos cineastas? 2) como, se a ida sociológica ao cinema está em queda? Obviamente, o sonho pressupõe o sonho. Se Coppola e Lucas fizeram a Zoetrope, se Von Trier concebeu Zentropa, se Spielberg criou a Dreamworks, eis chegada a hora de os realizadores, além das suas produtoras, formarem as suas salas, assegurando pessoalmente e directamente a distribuição dos filmes e recolhendo os lucros da exibição. E como um dia os estúdios serão dos músicos, assim virá aurora em que lusomundos serão dos cineastas. Mau grado a crise do ano passado, público continuará a afluir ao cinema, porque o grande ecrã é a essenciabilidade da sétima arte. Um 5.1. dollby surround não substitui um josé lúcio leiriense. Há sempre uma razão para ir ao cinema - mas é preciso também que fabriquemos essa razão. Experiências como o IMAX ou o Optimus Open-Air são pioneiras nesse campo nos tempos nossos, mas que falar do Napoléon de Abel Gance em 1927 ou os drive-ins doutrora? Adicionalmente, outra possibilidade, secundária, de financiamento dos artistas da área é o mecenato dos espectadores. Leiam-se, de novo, astrologicamente, os signos:
Certos dirão que isto se traduziria, redundantemente, na não gratuidade dos filmes. Mas estamos perante uma falácia, porque obviamente o espectador nunca financiará todos os filmes que consumirá. Outro projectos gratuitos angariam também eles: nomeadamente a Wikipedia. Outros afirmarão que os realizadores se libertarão da escravatura da indústria só para resvalarem para a do público: o realizador, em vez de ter de convencer um estúdio, terá de convencer o seu público - o que é sempre a prova derradeira, agora tornada primeira. E o público não pode nem deve ser um problema - um filme, como veículo de uma mensagem, de uma weltanschauung, precisa de um interlocutor - cujo nome é: Público. Mesmo uma visão muito pessoal, necessariamente pouco apelativa às massas, encontrará nelas, quando elevadas cultas, suporte. E o cinema brotará como um rio - porque nasce nas montanhas, chamadas: Alturas, e desce ao mundo, regando.
Por fim, escritores que somos nós, como nos vestimos de festa para a celebração? O material mais precariamente protegido, mais propenso ao plágio, é, indiscutivelmente, o nosso. Possuímos, frutuitamente, mecanismos e organismos que asseguram os nosso direitos morais sobre as obras, conquanto as registemos. Verdadeiramente, muitos, pouco passam deste estádio. As editoras, protectoras, consentem, em matérias invisíveis como a poesia, na publicação se os lucros respeitantes ao autor revertem para elas até que os custos de publicação estejam cobertos. Tendo em conta que o lançamento de poesia em Portugal é, praticamente sempre, um investimento não recuperado, nunca poeta algum ganharia pão com a sua poesia senão em utopia. Assim, ao poeta colocam-se, francamente, poucas dúvidas, pela prática, de gratuidade da sua poesia. A publicação é perseguida pelo formato palpável de livro que permite - e é a dificuldade de extinção deste que condiciona, na literatura, o objectivo comum para Arte que aqui temos prosseguido. Se a música percorreu diversos formatos, do saudoso vinil ao impalpável mp3; se o cinema coube primeiro em película e hoje é digital, foi primeiro bobina, sofreu a metamorfose de ser VHS e acabou, mariposa, em DVD só para, insecto, se extinguir breve e das duas asas chamar-lhes, à esquerda, HD-DVD, e à direita, Blu-ray; o livro, esse, inalterável, ficou gutenberg desde o (re)nascimento. É pois complicado conceber o livro num formato alheio ao papel, livro cibernético e informático em plenitude. E isto condiciona a situação do escritor na nova distribuição da Arte: por um lado, é desconhecido qualquer meio de rendimento consistente de um escritor a tempo inteiro que não as suas obras (não há, como no cinema, salas; como na música, tours); por outro, o papel terá de ser sempre pago, inclusive por razões ecológicas. Uma reflexão pertinente aflora, contudo: raros são, excepto velhos, os só-escritores. A escrita tem por característica ser sempre uma actividade secundária longamente. Não se ouve falar de músicos, mesmo entre os menos conhecidos, que, após o lançamento do seu primeiro álbum, permaneçam no activo numa qualquer profissão de secretária. Paralelamente se comportam os cineastas, intercalando entre longas-metragens, videoclips e anúncios publicitários. A condição da escrita é, ipso facto, árdua. Excepcionando traduções, ninguém pode viver de se sentar ao computador. Mais uma vez, o escritor aparece, dentre as três artes que, sistematicamente, temos vindo a analisar, como o mais propenso a mais facilmente ceder à gratuidade, por o seu estado ser, de facto, bastante semelhante já a esse, de resto. Publicar um livro é muito mais a necessidade de uma concretização da natureza e modo e forma da escrita do que um verdadeiro lucro. É a condensação de um desejo que brota do interior do escritor, como o é do realizador ver o seu filme numa sala ou do música de uma audiência a cantar along. A primeira solução ponderada então é, como o Bubbles do cinema, o duplo lançamento da obra: simultaneamente a nível cibernético e editorial/livreiro. Isto materializaria o livro sem ofender a gratuidade que buscamos da Arte. Se o terreno cibernáutico é, nalguns formatos, mais favorável, o rígido papel permitirá a muitos a concretização mais fiel dos intentos. Uma taxação, como os canadianos nos CD-Rs, das folhas de papel (necessariamente requeridas para impressão dos textos online) poderia acalmar os objeccionistas da primeira medida. Creio, sinceramente, na possibilidade fáctica desta nova literatura, capaz até de explorar, modernisticamente (isto é, em jeito dos primeiros modernistas), as potencialidades do ciberespaço e as incluir na sua própria estrutura. E a literatura será como a semente da mostarda - "é a mais pequena de todas as sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos."
Mais: até, amigos!, nesta luta, legalmente os juízes e os juízos nos compreendem e ajudam! Progressivamente, pela lenta dissolução dos direitos de autor, para a ribalta saltam livros, filmes, músicas! Na altura em que, beatles feitos, cantarmos "when i'm sixty-four", poderemos ver gratuitamente um filme de Kubrick, ler um romance de Vergílio Ferreira ou ouvir Nirvana. Mas nessa altura, de resto, professo firmemente a minha fé, ter-se-á cumprido o sonho do primeiro e último filósofo português, Agostinho da Silva, que anunciou, franciscanamente, o tempo da liberdade da arte.
E ser artista será, de novo, desregração.
E a Arte: acontecerá!
"Há quem diga que o download gratuito é um roubo. Mas o download não é gratuito, visto que implica um pagamento ao ISP que fornece o acesso à Net. Deviam ser os ISP a pagar ás editoras pelos downloads, á semelhança do que rádios e discotecas já fazem com as taxas dos direitos de autor. Um dia, a música será um bem fluido, pago por uma conta mensal, como a luz ou a água."
Estes, irmãos, são os sinais dos tempos.
Mas até que ponto estamos nós, artistas, prontos a acompanhar esta mudança? O mercado musical é aquele que, a uma primeira análise, mais facilmente - também porque nele mais rapidamente a viragem para o futuro se processa, por ser a arte maior - se adaptará e salvaguardará os interesses dos seus artistas. Afamados cantores já foram prontos, há muito, a esclarecer que não se opõem ao download. Vimos já anteriormente que, verdadeiramente, quem beneficia do sistema actual de venda de CDs são as editoras, pois nem mesmo na rica América a margem de lucro para os compositores chega a atingir os 10% sobre o preço de capa. Estabelecemos já que o sustento dos músicos são as suas tours e um sistema como o proposto por Pedro Leitão ou a forma como, pela publicidade, a Universal vai continuar a lucrar, asseguram a permanência de outros rendimentos menores extras. Com o tempo, sonho!, nesse tempo de fraternidade que virá, emergirão mesmo estúdios gratuitos, construídos pelo dinheiro de várias bandas reunidas que abrirão as portas destes aos novos, dispensando-lhes material, como quem convida para ser o supporting act de uma tournée - e a música florescerá, como uma magnólia - porque branca de pureza.
No cinema, como pode um realizador actuar neste novo espaço e novo tempo (a quarta dimensão) sem intermediários? O filme é, indubitavelmente, das três artes que vimos falando, a que mais meios envolve, mesmo quando o seu orçamento é nitidamente baixo, também porque, evidentemente, é a que emprega mais pessoas. No dia em que o dinheiro se extinguir, há uma aurora boreal que anunciará a dissolução dos problemas que falamos - e Tyler Durden sorrirá. Hoje, permanece, estátua, a necessidade de alimento. Aos cineastas, como músicos em tournées, resta receber dividendos da exibição pública das metragens antecipadamente. Duas perguntas: 1) como, se os cinemas não são controlados pelos cineastas? 2) como, se a ida sociológica ao cinema está em queda? Obviamente, o sonho pressupõe o sonho. Se Coppola e Lucas fizeram a Zoetrope, se Von Trier concebeu Zentropa, se Spielberg criou a Dreamworks, eis chegada a hora de os realizadores, além das suas produtoras, formarem as suas salas, assegurando pessoalmente e directamente a distribuição dos filmes e recolhendo os lucros da exibição. E como um dia os estúdios serão dos músicos, assim virá aurora em que lusomundos serão dos cineastas. Mau grado a crise do ano passado, público continuará a afluir ao cinema, porque o grande ecrã é a essenciabilidade da sétima arte. Um 5.1. dollby surround não substitui um josé lúcio leiriense. Há sempre uma razão para ir ao cinema - mas é preciso também que fabriquemos essa razão. Experiências como o IMAX ou o Optimus Open-Air são pioneiras nesse campo nos tempos nossos, mas que falar do Napoléon de Abel Gance em 1927 ou os drive-ins doutrora? Adicionalmente, outra possibilidade, secundária, de financiamento dos artistas da área é o mecenato dos espectadores. Leiam-se, de novo, astrologicamente, os signos:
"We now live in an era where a blogger like Josh Ellis could ask his readers to pay him$500 so he could travel to Nevada and write an essay about his trip to the origins of the Manhattan project or where Daniel at PouringDown.tv could raise over $2000 from dozens of readers via Fundable.org to go and make a film a day on a week long road trip for the Seven Maps project."
(Nicol Wistreich, em Torrents, Piracy and Beyond: Will Film Industry Survive?)
Certos dirão que isto se traduziria, redundantemente, na não gratuidade dos filmes. Mas estamos perante uma falácia, porque obviamente o espectador nunca financiará todos os filmes que consumirá. Outro projectos gratuitos angariam também eles: nomeadamente a Wikipedia. Outros afirmarão que os realizadores se libertarão da escravatura da indústria só para resvalarem para a do público: o realizador, em vez de ter de convencer um estúdio, terá de convencer o seu público - o que é sempre a prova derradeira, agora tornada primeira. E o público não pode nem deve ser um problema - um filme, como veículo de uma mensagem, de uma weltanschauung, precisa de um interlocutor - cujo nome é: Público. Mesmo uma visão muito pessoal, necessariamente pouco apelativa às massas, encontrará nelas, quando elevadas cultas, suporte. E o cinema brotará como um rio - porque nasce nas montanhas, chamadas: Alturas, e desce ao mundo, regando.
Por fim, escritores que somos nós, como nos vestimos de festa para a celebração? O material mais precariamente protegido, mais propenso ao plágio, é, indiscutivelmente, o nosso. Possuímos, frutuitamente, mecanismos e organismos que asseguram os nosso direitos morais sobre as obras, conquanto as registemos. Verdadeiramente, muitos, pouco passam deste estádio. As editoras, protectoras, consentem, em matérias invisíveis como a poesia, na publicação se os lucros respeitantes ao autor revertem para elas até que os custos de publicação estejam cobertos. Tendo em conta que o lançamento de poesia em Portugal é, praticamente sempre, um investimento não recuperado, nunca poeta algum ganharia pão com a sua poesia senão em utopia. Assim, ao poeta colocam-se, francamente, poucas dúvidas, pela prática, de gratuidade da sua poesia. A publicação é perseguida pelo formato palpável de livro que permite - e é a dificuldade de extinção deste que condiciona, na literatura, o objectivo comum para Arte que aqui temos prosseguido. Se a música percorreu diversos formatos, do saudoso vinil ao impalpável mp3; se o cinema coube primeiro em película e hoje é digital, foi primeiro bobina, sofreu a metamorfose de ser VHS e acabou, mariposa, em DVD só para, insecto, se extinguir breve e das duas asas chamar-lhes, à esquerda, HD-DVD, e à direita, Blu-ray; o livro, esse, inalterável, ficou gutenberg desde o (re)nascimento. É pois complicado conceber o livro num formato alheio ao papel, livro cibernético e informático em plenitude. E isto condiciona a situação do escritor na nova distribuição da Arte: por um lado, é desconhecido qualquer meio de rendimento consistente de um escritor a tempo inteiro que não as suas obras (não há, como no cinema, salas; como na música, tours); por outro, o papel terá de ser sempre pago, inclusive por razões ecológicas. Uma reflexão pertinente aflora, contudo: raros são, excepto velhos, os só-escritores. A escrita tem por característica ser sempre uma actividade secundária longamente. Não se ouve falar de músicos, mesmo entre os menos conhecidos, que, após o lançamento do seu primeiro álbum, permaneçam no activo numa qualquer profissão de secretária. Paralelamente se comportam os cineastas, intercalando entre longas-metragens, videoclips e anúncios publicitários. A condição da escrita é, ipso facto, árdua. Excepcionando traduções, ninguém pode viver de se sentar ao computador. Mais uma vez, o escritor aparece, dentre as três artes que, sistematicamente, temos vindo a analisar, como o mais propenso a mais facilmente ceder à gratuidade, por o seu estado ser, de facto, bastante semelhante já a esse, de resto. Publicar um livro é muito mais a necessidade de uma concretização da natureza e modo e forma da escrita do que um verdadeiro lucro. É a condensação de um desejo que brota do interior do escritor, como o é do realizador ver o seu filme numa sala ou do música de uma audiência a cantar along. A primeira solução ponderada então é, como o Bubbles do cinema, o duplo lançamento da obra: simultaneamente a nível cibernético e editorial/livreiro. Isto materializaria o livro sem ofender a gratuidade que buscamos da Arte. Se o terreno cibernáutico é, nalguns formatos, mais favorável, o rígido papel permitirá a muitos a concretização mais fiel dos intentos. Uma taxação, como os canadianos nos CD-Rs, das folhas de papel (necessariamente requeridas para impressão dos textos online) poderia acalmar os objeccionistas da primeira medida. Creio, sinceramente, na possibilidade fáctica desta nova literatura, capaz até de explorar, modernisticamente (isto é, em jeito dos primeiros modernistas), as potencialidades do ciberespaço e as incluir na sua própria estrutura. E a literatura será como a semente da mostarda - "é a mais pequena de todas as sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos."
Mais: até, amigos!, nesta luta, legalmente os juízes e os juízos nos compreendem e ajudam! Progressivamente, pela lenta dissolução dos direitos de autor, para a ribalta saltam livros, filmes, músicas! Na altura em que, beatles feitos, cantarmos "when i'm sixty-four", poderemos ver gratuitamente um filme de Kubrick, ler um romance de Vergílio Ferreira ou ouvir Nirvana. Mas nessa altura, de resto, professo firmemente a minha fé, ter-se-á cumprido o sonho do primeiro e último filósofo português, Agostinho da Silva, que anunciou, franciscanamente, o tempo da liberdade da arte.
E ser artista será, de novo, desregração.
E a Arte: acontecerá!
6.9.2006-13.9.2006